Ted Talk-Psicologia por trás da mentira
- YorkStyle
- 8 de mar. de 2024
- 4 min de leitura
Uma breve apresentação sobre a mentira: Como nos influencia, porque é que o fazemos e algumas dicas de como detetar uma mentira.
Perceber a psicologia por trás da mentira é importante por várias razões. Em primeiro lugar, oferece explicação sobre os mecanismos mentais e como é que este comportamento enganoso funciona. Além disso, detetar mentiras é uma habilidade valiosa em contextos como relações interpessoais, negociações e até mesmo em ambientes profissionais. Ao entendermos a psicologia da mentira também nos ajuda a desenvolver estratégias de prevenção e deteção, especialmente em campos como segurança e justiça. Por fim, a consciência desses aspetos psicológicos pode promover uma sociedade mais informada e capaz de lidar com a mentira.
Em primeiro lugar, a mentira é uma afirmação intencionalmente falsa com a intenção de enganar ou induzir em erro. Normalmente tem o propósito de obter algum benefício, evitar consequências desfavoráveis ou manipular a perceção dos outros.
Podemos também dividir a mentira em três categorias: Mentira branca: uma mentira considerada inofensiva, sem intenção maliciosa ou prejudicial. Geralmente, uma mentira branca é contada para evitar magoar os sentimentos de alguém, suavizar uma situação desconfortável ou manter a harmonia em um relacionamento.
Mentira compulsiva- geralmente são histórias falsas e/ou fantasiosas que estão longe de a realidade contadas com o propósito da pessoa tentar mostrar algo que não é.
Mentira patológica- Ao contrário da mentira compulsiva, o mentiroso patológico cria as suas histórias para obter vantagens sobre os outros.
Esta categoria de mentira está associada á doença mental de Mitomania ou (mentiroso patológico). A Mitomania é um transtorno psicológico caracterizado por contar mentiras compulsivamente para se apresentar de uma maneira bem vista socialmente. Em casos considerados mais graves, a própria pessoa pode ter dificuldade em lembrar-se do que é verdade e do que é invenção. O que poderá causar esta doença são os fatores sociopsicológicos do contexto da pessoa afetada depende das circunstâncias presentes em que o indivíduo vive, mas na maioria das vezes um dos motivos é o desejo de aceitação daqueles que o rodeiam.
O que é que acontece ao nosso cérebro quando mentimos?
O ato de mentir sofre um processo de dessensibilização, isto é, á medida que uma pessoa mente com mais frequência fica mais habituado a tal e torna-se cada vez mais banal para a pessoa. A parte do nosso cérebro responsável por isto é a amígdala. Essa pequena estrutura do sistema relaciona a nossa memória e as reações emocionais aos acontecimentos é ela que vai limitar o grau máximo em que estamos dispostos a mentir e nos sentir bem. Quando esse mecanismo é habitual, a amígdala para de reagir, cria uma tolerância e já não emite nenhum tipo de reação emocional. A sensação de culpa desaparece, não há remorso nem qualquer tipo de preocupação. O fato da amígdala deixar de reagir perante certos fatos revela também que estamos perdendo algumas das características que nos tornam humanos por isso é que por exemplo psicopatas ou serial killers têm mais facilidade em mentir.
Quais os motivos principais pelo qual nós mentimos?
1. Autodefesa- A mentira funciona como mecanismo de proteção. A baixa autoestima, falta de alto controlo e outros motivos como ansiedade e depressão podem contribuir para essa necessidade de autodefesa pela mentira.
2. Controlo- Pessoas controladoras são adeptas da mentira, tentam manipular as situações para as conseguir controlar e manter o poder.
3. Medo- Quando sentimos medo tendemos a mentir, por exemplo, para nós é sempre mais fácil mentir e dizer que não copiamos no teste pois temos medo de nos anularem o teste.
4. Inclusão- maior parte de nós já mentiu de modo a integrar-se melhor num grupo social.
5. Aumentar a verdade- As histórias reais contadas podem parecer, por vezes, sem graça. Por este motivo, a pessoa cria e aumenta um volume à circunstância que não existia na realidade. Por outro lado, também existe aquelas pessoas que contam histórias e mentiras porque justamente elas adorariam que esses relatos fossem verdadeiros, sem ao menos terem acontecido.
Como é que podem detetar uma mentira?
"Itching and fidgeting":
Quando alguém mente tenta por exemplo afastar-se do interlocutor por exemplo pondo objetos entre os dois para se proteger.
Estudos feito pelo departamento de psicologia na universidade UCLA descobriram que quando alguém tenta esconder algo passam maior parte do tempo a remexer as mãos, os pés ou o cabelo.
Mentirosos mostram-se calmos
Quando alguém tenta mostrar-se inocente de algo eles tentam transmitir a imagem confiante e segura pois o nosso senso comum diz-nos que pessoas culpadas de algo agem nervosas e preocupadas. Uma pessoa que mente tenta vender uma emoção totalmente falsa de modo a enganar.
Comprimir os lábios:
É uma reação bastante comum quando o tal mentiroso é atingido com uma resposta que procura a verdade.
Mostrar micro rugas na testa:
Tipicamente, quando alguém se sente nervoso pode provocar o aparecimento de pequenas rugas na testa.
O estudo realizado em UCLA mostra também que as histórias contatadas por mentirosos podem parecer perfeitas de mais pois são inventadas. Depois quando são interrogados e lhes pedem para contar a história a começar pelo fim, mostram se mais nervosos pois ao decorar e inventar uma história torna-se mais difícil depois conta-la ao contrário.
Outra estratégia que usam para se afastarem é o facto de usarem muito pronomes impessoais. ao invés de “eu” ou “minha” tentam usar no seu discurso pronomes como “tu” ou “eles”. O estudo demostra que esta estratégia é usada quando o sujeito em causa se sentem demasiado culpado ao referirem se a si mesmos.
Por fim, algumas técnicas utilizadas para detetar mentiras
O teste do polígrafo muito utilizado em investigações consiste em conectar a pessoa a um conjunto de aparelhos que deteta alterações fisiológicas como a sua frequência cardíaca, pressão sanguínea, respiração, sudorese, condutância eletrotérmica e temperatura corporal.
A eletroencefalografia, ou EEG, mede a atividade cerebral por meio de eletrodos fixados no couro cabeludo de um sujeito. Imagens ou objetos são mostrados ao sujeito enquanto técnicas de questionamento são implementadas para determinar o reconhecimento. Isso pode incluir imagens da cena do crime, por exemplo.
Os agentes de FBI também são sujeitos a treinos intensivos para conseguir desvendar um mentiroso:
Francisca Faria
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